segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

domingo, 17 de julho de 2011



Meu amigo Alarico deletou sua conta no facebook porque ultimamente andava se sentindo um idiota. Tenho certeza que foi por causa disso. Na verdade foi o que ele me disse. Não quero mais. Está certo. E agora, que você vai fazer da sua vida? Todos vão dizer que você é maluco, porque afinal quem não participa das redes sociais nos dias de hoje na melhor das hipóteses só pode ser maluco. Mas eu entendo meu amigo. Quando tinha ‘meu facebook’ também vivia com crises voyeurísticas. Eu só espiava. Era um troço completamente involuntário. Lembro que botava nomes de banda aleatóriamente para mostrar às pessoas que eu gostava disso ou daquilo. Na maioria das vezes era mentira, é claro. A coisa funcionava como um impulso eletromagnético me atraindo violentamente e me orientando na construção de uma personalidade que fosse atrativa para todos na rede.

quinta-feira, 30 de junho de 2011



"Até quando vamos esconder os nossos braços?"

É triste admitir que conforme o tempo passa o homem evolui paradoxalmente em direção a um precipício sem fim. A gente troca de roupa, envelhece, come e caga sem sair do lugar. Tudo se resume em capitalizar a consciência para que dela reste o pó para contar história.
Minha gorfada de hoje sairá da goela em forma de protesto punk. O texto abaixo foi extraído do encarte do álbum "Pela Paz em Todo Mundo", da banda punk paulistana Cólera. Cuidei para manter as palavras originais, exatamente como foram impressas, por entender que os erros de português são tão importantes quando o riquíssimo conteúdo da obra. O sentido e as impressões que emanam das benditas palavras soam para mim como um grito de liberdade. Não a liberdade do ser livre, mas a liberdade que de joelhos para mim arranca meu saco com os dentes.   



Registro Arqueológico Sobre o Século XX

Há muitas gerações atrá existiam povos que se acotovelavam nos cantos do planeta Terra e eram até interessantes pelos seus costumes. Seus habitats naturais eram milhares de construções de concreto que chegavam até 200 metros de altura eram interligadas por caminhos de superfície e subterrâneos. Por essas passagens os humanos circulavam andando ou dentro de veículos (caixotes de metal sobre rodas, movidos a combustão e propulsão).
Esses veículos, somados as fábricas de variados tipos, mantinham sempre as cidades, o ar, os alimentos, as águas dos mares e rios e toda vegetação (que era escassa), super poluídos. /// Existiam papéis ilustrados e numerados chamados de “DINHEIRO” que representavam um determinado poder e eram usados para comprar desde alimentos e pedaços de terra, até pessoas e seus direitos. A violência para conseguí-los aumentava cada vez mais e sua distribuição era assim: quanto mais as pessoas trabalhavam, menos elas ganhavam – Era o caso dos Funcionários que passavam a vida inteira recebendo ordens e pressões./// O planeta era dividido em países e cada país tinha um líder que possuia o commando e era escolhido pelo mesmo povo que ele pisava e explorava. Quando um líder se desentendia de outro, eles mandavam de seus países, os jovens (Pessoas que estavam na melhor fase da vida) à um determinado lugar para lutarem até a morte. Assim, o lado que matasse mais jovens, vencia e impunha seus interesses. /// Haviam males que matavam muitas pessoas como doenças, vícios e subnutrição, mas não eram curados por que todas as atenções dos líderes estavam voltadas para o comércio bélico (venda de armas entre os países para matar seus povos), o que gerava muito mais dinheiro.///  O mundo então desenvolvia incessamente sua tecnologia, electrônica e mecânica, que podiam ser usadas para acabar com todos os males, mas sempre eram aproveitadas para as guerras (os já ditos desentendimento de líderes) e para a escravidão e repressão das pessoas. Poucas dessas pessoas tinha acesso ao conhecimento e à cultura, pois existiam patrulhas ideológicas. Quem não concordava com todas aquelas injustiças era torturado ou isolado por todos.///
NÃO EXISTIA LIBERDADE nem de falar e nem de pensar! Todos deviam ser como mandavam os líderes e a tv ( aparelho eletrônico que iludia e alienava diariamente e que todas pessoas usavam). /// Nas cidades maiores existiam crianças abandonadas, venda de sexo, suicídios, gangs assassinas e muito, muito lixo ( industrial, atômico e humano), tudo em grandes escalas. ///Assim, a Terra passou o século XX cheia de guerras, solidão, humilhações, crises, competições e frustracões. Muitas pessoas se importaram e lutaram por um mundo melhor. Existia uma tabuinha com o título de DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS que surgiu para esperançar os já cansados e iludidos seres comuns. A humanidade matava por ganância, por vingança ou por simples prazer.

CONCLUSÃO –

De onde viemos e para onde vamos é algo que realmente é secundário em nosso objetivo inicial da pesquisa. O que importa é que o ser humano caminha ou caminhou errante em grandes e solitárias multidões, sempre se perdendo e sempre reinventando um caminho. A necessidade criou a solução e a preguiça foi a causadora de perdas irreparáveis. O homem cria o homem que destrói o homem, para poder recriá-lo. Mas sempre houveram os super-dotados. Dentre eles um dos principais culpados pelo desencandeamento da energia nuclear, muito embora sem saber; EINSTEIN. Uma frase sua está prestes a tornar-se realidade. Reza ele que: “QUANTO A 3a. GUERRA MUNDIAL, EU NÃO SEI, MAS A 4a. SERÁ FEITA COM PAUS E PEDRAS.”

ass:   CONSCIÊNCIA




segunda-feira, 13 de junho de 2011

“Um grupo de porcos-espinhos apinhou-se apertadamente em certo dia de frio de inverno, de maneira que aproveitassem o calor uns dos outros e assim salvaram-se da morte por congelamento. Logo, porém, sentiram os espinhos uns dos outros, coisa que os levou a se separarem novamente. E depois, quando a necessidade de aquecimento os aproximou mais uma vez, o mal surgiu novamente. Dessa maneira, foram impulsionados para trás e para a frente, de um problem

a para o outro, até descobrirem uma distância intermediária, na qual podiam mais toleravelmente coexistir.”

Fonte: SCHOPENHAUER, Arthur. "Gleichnisse, Parabeln und Fabeln", in Parerga und Paralipomena (1851)

quinta-feira, 9 de junho de 2011



Começa hoje oficialmente nesta seção do presente colaborador uma série de Cornetadas nas orelhas dos vizinhos NORTE-Americanos. Em primeiro lugar porque não gosto deles. Claro que deve ter muita gente bacana lá, mas infelizmente os poucos pagam pela maioria, ou a maioria paga pelos poucos. Em segundo lugar porque me recuso aceitar o cunho dado e o uso que cidadãos NORTE-Americanos fazem de uma palavra tão bonita e especial como "América". Eles não são "América"! Todas as nações das Américas são a "América". Em terceiro lugar, e para finalizar o blá blá blá de hoje, há muita, mas muita coisa mesmo acontecendo nas entranhas da Casa Branca. Portanto, caro leitor, me aguarde e me acompanhe, porque a cobra vai fumar!

O vídeo abaixo foi extraído do filme Zeitgeist: Moving Forward (2010), do excelente diretor documentarista Peter Joseph. Vale a pena conferir na íntegra. www.zeitgeistmovingforward.com .


     

terça-feira, 7 de junho de 2011



Uma lembrança do tipo de sujeito que comanda a cidade de São Paulo. O ocorrido é antigo, mas o prefeito é o mesmo.


segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Uma colecção de baionetas ou de guilhotinas é tão incapaz de deter uma opinião como uma coleção de moedas de ouro é incapaz de deter a gota." Stendhal
------------------------------------------------------------------------------------------
Meu caro Stendhal, vivemos tempos estranhos. Me parece que a opinião está perdendo esta capacidade de correr pelos capilares do sistema. As opiniões não mais se criam no âmago do sujeito, são adquiridas em qualquer esquina, tal como o ópio nas ruas da Paris de sua época. A ignorância, preservando sua brilhante metáfora, cria tal efeito do óleo de baleia na argamassa, repelindo a feroz umidade que corroía as estruturas das chiques "maisons" da Champs-Élysées.
(Em homenagem ao amigo Onaireves)

sábado, 14 de maio de 2011

Minha singela homenagem à associação de moradores do bairro de Higienópolis

Especiarias

Da janela de jacarandá,

Vejo os telhados de zinco.

O aroma de especiarias

Tão distantes do pouco feijão de domingo.

Os espelhos de cristal dispostos como biombos

E uma grade enviezada

Protegendo a miséria dos corações.

No mármore frio onde a soberba lava as mãos,

Escorre o esgoto

E entre as orquídeas raras,

O Lodo.

Iguarias habilmente preparadas por mãos severinas

E a fumaça de um charuto enrolado sobre uma perna negra.

Os sorrisos... Por trás dos sorrisos elegantes

Sempre há um choro de fome.

segunda-feira, 2 de maio de 2011


 
 
USA!!! USA!!! USA!!!

Vamos lá minha gente! Peguem a pipoca e a Coca-Cola e sentem-se em suas poltronas porque "This Is The Show Time!!!"!
É hora do show, Folks! Daqui pra frente, durante muitos dias, serão múltiplas as matérias na TV, no jornal e na internet para nos divertir com o suposto assassinato de um dos maiores terroristas da história: um homem treinado pela própria CIA. Só que, saibam, tudo pode não passar de mera ficção.
As redes de TV enlouquecidas por um furo de reportagem parecem veladamente torcer pela desgraça alheia, pelo extermínio e dor seja de que lado for. Sejam as vítimas do Bem ou do Mal, o importante para a máquina da mídia é a imagem da aniquilação, da vergonha e da obstrução do direito humano de conduzir sua própria vida. Quantos são os interesses por trás de ações como a que estamos presenciando? Citemos apenas um para não valorizar mais ainda a personagem: Petróleo.
O homem que perambula pelo mundo de hoje acredita piamente que calça sozinho seus sapatos, que tem desejos próprios e ações verdadeiramente autênticas. Mentira! Deixa de ser idiota! O homem é uma mentira porque está condicionado a enxergar dois pólos no mundo, dois lados de uma mesma moeda. É como se sexo fosse o pênis penetrar a vagina. Como nóis é besta! Cala a boca, animal! Escuta, Zé Ninguém! Como diria Reich: "Foram necessários muitos milhões de anos para você evoluir de medusa a bípede terrestre".
Só consigo ver um lado da moeda: o lado referente ao que ela significa. Não existe verdade ou mentira, existe ponto de vista. E o ponto de vista dos USA sobre o resto do mundo é somente um, como não poderia deixar de ser: subjugados.
Mas no que concerne à ação de todo um país, considerando a omissão dos que estão às margens do teatro que movimenta a economia e sobrevivência de uma nação imperialista, USA é o país da mentira, da propaganda. USA é o país das gigantescas produções cinematográficas que se tornaram canal público de publicidade do arsenal bélico Norte-Americano. USA é o desespero de um país cujas máquinas de guerra necessitam do escasso petróleo para manterem-se em pé. USA é o maioral, é o país das grandes corporações viciadas em lucros, como um drogado viciado em crack. USA é o país de um povo cego e escravo de lideranças unilaterais que os manipulam como marionetes, visando sempre o lucro. E eles querem que o resto do mundo seja assim também. E nós queremos ser assim também.
USA é a nação das guerras, o país que educa e financia homens como o próprio Bin Laden e Hitler. USA é o país que as pessoas adoram, o país onde terroristas como George W. Bush são os "mocinhos" chamados de libertadores. Sim, USA é o país do homem cuja família enriquece às custas do petróleo e da omissão de um povo alienado. USA é uma vergonha! Mas vergonha maior é ver as pessoas fazendo festinha como um cego abduzido por uma ninfeta.
USA é o Império Romano nos dias de hoje, sim, concordo. Mas nós somos pior. Somos nós que os alimentamos. Nós somos A Besta.
Diria que falta à gente besta, intelectualizada ou não, mais cuidado ao julgar ou aceitar como verdade acabada o que vê por aí em todas as mídias. Falta à gente besta discernimento ao julgar discursos corrosivos, ideias e opiniões.  A gente besta desaprova um ataque como o de 11 de Setembro (não que se deva aprovar uma ação terrorista aniquiladora como essa), mas se omite e quase que aprova os inúmeros e deliberados ataques a civis liderados pelos "mocinhos", pelos Soldados do Bem, Homens Civilizados e de Bom Coração. A propaganda dos caras é incrível, não? E o ataque a Hiroshima e Nagasaki, o que foi aquilo? Por que o mundo está se transformando numa gigantesca banheira de gente besta, de ignorantes cegos e altamente manipuláveis. Logicamente, apenas uma sociedade com esse perfil poderia atender, sem lesão para a parte mais interessada, às necessidades consumistas do mundo moderno.
Bin Laden morre e os mercados se exaltam. O lado negro da força sequer se manifesta e a CIA já pré-anuncia uma retaliação do inimigo. Parece que a CIA, o FBI e o governo americano desejam o medo popular. O medo da morte numa sociedade que vive ativamente o American Way Of Life deve estar acima de tudo na vida. O medo implantado numa sociedade que para se proteger do Mal equipa-se de produtos fabricados pelas indústrias dos mafiosos do governo soa sempre como a melhor opção de lazer dos poderosos.
Fui inúmeras vezes criticado ao dizer que acreditava que o próprio governo americado havia arquitetado os ataques de 11 de Setembro. Quanto mais tento tirar isso da cabeça e quanto mais os dias passam e o cenário político-econômico mundial vai se atualizando, mais acredito na capacidade dos Americanos estarem por trás de tudo.
USA é um país tão feio e deprimente como qualquer outro sustentado por ideais radicais, fundamentalistas e unilaterais; é um país que se aproveita do ideário filosófico ultrapassado e facilmente assimilado ainda presente no mundo.
O cinismo norte-americano é o cinismo genuíno, é o nosso cinismo, aquele que ultrapassa a capacidade humana de ser demasiadamente humano.
E todos nós, verdadeiras bestas humanas, crentes de nossa emancipação somos partidários desse cinismo intocável que prejudica o bom relacionamento entre as raças e as nações, o amor ao próximo e uma vida justa num mundo de igualdade e paz.
Para mim USA é um país cada vez mais feio.


"Raramente se engana quando se liga o exagerado à vaidade, o mediocre ao costume e o mesquinho ao medo" (Niti)

sábado, 2 de abril de 2011

A volta dos que não foram

Não me surpreenderam os comentários homofóbicos e racistas do deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ) esta semana, que provocaram calorosas discussões em alguns fóruns da internet. Ainda convivemos com os filhotes da ditadura militar no Brasil (início das décadas de 1960 e 1980) que acreditam que a melhor forma de governar o país é com a mão de ferro de um grupo pequeno burguês ignorante, lacaio da burguesia conservadora e/ou (se não for pior) baseado em princípios xenofóbicos e ufanistas. É triste verificar que muitos estão aderindo a este movimento reacionário e constatar que ainda se acredita que um gay "pode ser curado" na pancada ou numa igreja. "As ditaduras fomentam a opressão, as ditaduras fomentam o servilismo, as ditaduras fomentam a crueldade; mas o mais abominável é que elas fomentam a idiotia", como diria Jorge Luis Borges.

A nossa sociedade não é doente, ela é ignorante. Não nascemos racistas, nos tornamos racistas. Sei que não é fácil retirarmos esta crosta malévola de nossa pele, suas raízes parecem muito profundas, mas não há outra forma de eliminá-la se não a enfrentando. Aprendemos com os outros a ser o que somos e por isso podemos, no mínimo, compreender nossa triste história e mudar nossa atitude.

Por mais que estes seres fascistas ainda se escondam, como qualquer rato (sem ofensas ao animal), alguns já começam a dar as caras para além do esgoto. Em breve estarão numa marcha pela família, exigindo a extradição dos bolivianos de São Paulo, ateando fogo em terreiros de banda ou de candomblé (como já ocorre no Estado da Bahia) ou promovendo o linchamento de um casal gay em plena Avenida Paulista.

quinta-feira, 31 de março de 2011

DIFICULDADE DE GOVERNAR

1
1. Todos os dias os ministros dizem ao povo como é difícil governar. Sem os ministros o trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima. Nem um pedaço de carvão sairia das minas se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da propaganda mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da guerra nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol sem a autorização do Führer? Não é nada provável e se o fosse ele nasceria por certo fora do lugar.

2. E também difícil, ao que nos é dito, dirigir uma fábrica. Sem o patrão as paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem. Se algures fizessem um arado ele nunca chegaria ao campo sem as palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem, se outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que seria da propriedade rural sem o proprietário rural? Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

3. Se governar fosse fácil não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer. Se o operário soubesse usar a sua máquina e se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas não haveria necessidade de patrões nem de proprietários. E só porque toda a gente é tão estúpida que há necessidade de alguns tão inteligentes. 4. Ou será que governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira são coisas que custam a aprender?

Bertolt Brecht

(fonte: citador.pt)

terça-feira, 22 de março de 2011

O MUNDO EM SÉPIA

Sou de uma época em que as pessoas se sentavam na frente de suas casas para conversarem com seus vizinhos e para observarem as crianças que brincavam até tarde da noite nas ruas de São Paulo. A primeira impressão é que estas atividades não ocorrem mais por conta da violência e por nossas ações cada vez mais individualistas na sociedade. Tenho cá minhas dúvidas quanto a simplicidade da resposta.

Por exemplo, uma coisa mudou drasticamente daquele tempo para cá: a iluminação pública. Segundo a Eletrobras, hoje a maldita lâmpada de vapor de sódio (aquela que emite uma luminosidade amarelo-alaranjada) ilumina 62% das ruas e praças do Brasil. Isto porque este tipo de lâmpada garante uma grande economia para as empresas de energia, já que seu tempo de vida é muito maior que a de outras tecnologias (até 18 vezes maior que as lâmpadas incandescentes), além do menor consumo de energia.

O problema é que o tipo de luz desta lâmpada, que parece embaralhar a nitidez das coisas, me desperta uma desesperadora melancolia. Me dá uma vontade absurda de voltar a ver cores: como as dos shoppings, das igrejas, da televisão...

sábado, 19 de março de 2011

Discurso na Colação de Grau da Turma de Pedagogia da Unicamp (Formandos 2010)

Boa noite a todos e a todas.

Ilustríssimos integrantes da mesa. Queridos familiares, convidados e formandos.

Em uma de nossas primeiras atividades na Faculdade de Educação da Unicamp no ano de 2007, fomos questionados a respeito dos motivos que nos levaram até ali. Acredito que esse momento foi extremamente constrangedor para muitos. Mesmo para mim, um dos integrantes mais velhos da turma, ainda pairavam muitas dúvidas sobre o que eu encontraria naquele lugar (renomado pela excelência de seu corpo docente). Dúvidas sobre o verdadeiro papel de um pedagogo, de um professor em nossa sociedade. Afinal, por que estávamos ali?

Evidente que nossas respostas estavam impregnadas pelo senso comum e pelas falácias criadas dentro de um sistema que luta para se manter desigual. E não pensem que é fácil se libertar das amarras de nossos preconceitos e de nossas opiniões contaminadas.

Convivemos hora com a imagem de um professor doente e silenciado, hora com a de um ser beatificado pelas agruras que “naturalmente” deveriam acompanhar a profissão, quase como uma maldição. É nessa condição, entre o fatídico e o mítico, que buscamos essa identidade imprecisa do professor, que se reinventa nos bastidores da politica liberal e que alimentamos todas as manhãs com a nossa paralisia.

Não é à toa que ainda somos chamados de tios e tias pelas crianças, como apontava (há 20 anos) o grande professor Paulo Freire. Continuamos a ser considerados meros “cuidadores de crianças”. Isso se reflete nas condições gerais de trabalho no campo da educação formal e não escolar, principalmente no majoritário emprego da desvalorizada mão de obra feminina na educação infantil (por vezes, associada à figura mítica da mãe, preparada para cuidar e educar as crianças por obra do divino).

Perante esta imprecisão, permitimos então que se estabeleça um modelo de profissional em que bastam a intenção e a boa vontade. Aliás, isso poderia, até certo ponto, explicar as razões de se acreditar, mesmo no meio acadêmico, que uma pessoa que não frequentou uma licenciatura, seja capaz de em pouquíssimo tempo, por meio de um curso à distância, se tornar preparado para a docência nessa área. Esse fato é bastante simbólico, não é verdade? Não saímos todos daqui, após 4 anos dessa rica convivência universitária, com um desejo de aprender mais? Com a impressão de que temos muito ainda a caminhar? O que dirão esses futuros docentes formados por atacado?

Não podemos nos curvar perante um modelo pernicioso de escola, em que não se busca mais apenas produzir de forma eficiente uma mão de obra barata em acordo com a demanda do mercado. Esta mentalidade “vestibulesca” e economicista que vem tomando conta das escolas, visando preparar as crianças para os chamados testes de proficiência (como o SARESP), sentencia a escola como o lugar em que decorar a fórmula é mais importante que compreendê-la. O conhecimento científico perde definitivamente sua história e seu sentido, e perde também a possibilidade de ser questionado. Ou seja, não se deseja apenas que a escola produza em escala a mão de obra barata para o mercado, mas que esses sujeitos também não questionem. Não se deseja apenas que a escola continue a reproduzir e legitimar as desigualdades em nossa sociedade, mas que seja mais eficiente em produzir disparidades.

Devemos sempre estar alertas para compreendermos até que ponto estamos compactuando com isto. Mais do que nunca, devemos lembrar que educar também é uma ação política. Não há neutralidade. O professor não é simplesmente um transmissor de conteúdos, por mais que possa tentar se restringir a isso. Mesmo quando se pressupõe imparcial, está defendendo uma concepção de escola, uma concepção de sujeito e uma concepção de sociedade.

Sabemos que, historicamente, subestimamos as crianças. Ainda não compreendemos que elas são capazes de aprender além de nossa capacidade aparente de ensinar, capazes de absorver as informações mais implícitas, assim como questionar o que para nós se tornou natural e indelével. Elas constantemente nos demonstram uma qualidade que muitas vezes perdemos durante os anos de “formatação” de nossos cérebros: a rebeldia. Aquela qualidade de resistir, de questionar. Aliás, qualidade que deveria também ser do professor, como diria Florestan Fernandes, “(...) o professor deve ser um cidadão e um ser humano rebelde”.

O conhecimento não é estático, exige rebeldia. Para que se conteste e se busque novas possibilidades. Conhecer é também permitir-se questionar. Por isso, desconfie da harmonia. A escola não deve ser harmoniosa como preconizam alguns. A escola é o lugar da inquietação, o lugar do conflito (em seu sentido de divergência e de oposição). Cabe a nós promover o diálogo e os espaços coletivos de discussão.

Nesse sentido, devemos questionar as reais intenções na disseminação de orientações pacificadoras na escola, propagadas principalmente pela mídia e por organismos internacionais como a UNESCO: “Escola da Paz”, “Cultura da Paz” etc. Somos nós que provocamos as guerras? Deseja-se produzir seres pacíficos ou passivos?

Mas voltemos à questão inicial deste discurso, do porquê de estarmos naquele lugar. Posso finalmente responder:

Estávamos naquele lugar com a paixão própria dos jovens de espírito, esperando que esse poderoso sentimento, por si só, se tornasse o combustível essencial da mudança. Trazíamos o amor incondicional daqueles que idealizam o irreal, aquele amor que padece sobre o primeiro chão de concreto. Hoje, com o espírito renovado, forjamos um amor indissolúvel, aquele que é capaz de florescer na pedra. Compreenda que “amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que falte amor”, diria Vladimir Maiakovski.

Para concluir, desejo publicamente agradecer a todos os professores e funcionários da Faculdade de Educação da Unicamp. Agradecer aos estudantes que estão se formando, aos que já se formaram, aos que irão se formar, aos amigos da pós-graduação, às escolas que abriram suas portas para a realização de nossos estágios e principalmente às crianças que rabiscaram nossos cadernos de campo. Agradecer pela rica convivência e aprendizagem mútua. Haja hoje para tanto ontem”, dizia Paulo Leminski. Ofereço a todos vocês uma singela homenagem:

Construo um mundo de sonhos,

Que não nasceu de mim

Mas que remodelo com os materiais que encontro.

Um mundo que não é só meu,

Mas que enfeito com as cores que escolho.

Que possui a dimensão dos que me cercam,

Mas que expando sob a condição do ontem.

Na terra fértil que me ensinaram trabalhar,

Cultivo os sóis e as luas que arquiteto.

Colho borboleta em tempestade,

Semeio chuva no inverno.

Traga-me uma flor, uma simples semente que seja...

Que realizo uma violenta primavera.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Boa Tarde pessoal, quem vos fala é Ariovaldo Montanez. Nesta primeira vez que escrevo aqui vou falar de amizade. Tenho alguns amigos, não muitos, mas estes que tenho são realmente verdadeiros, alguns já passam das casa dos quarenta, mas continuam sendo engraçados, companheiros, com as primeiras rugas surgindo no rosto. Estes amigos são como uma familia, passamos por provações que poucos grupos de amigos passaram, mas sempre continuamos unidos acima de tudo. Quem for realmente deste grupo saberá o que eu estou falando, um abraço a todos. Nos veremos na viagem.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Uma vez um velho perguntou-me: por que vinde vós outros, mairs e pêros (franceses e portugueses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra? Respondi que tínhamos muita, mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual faziam eles com os cordões de algodão e suas plumas.

Retrucou o velho imediatamente: e por ventura precisais de muito? – Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem muitos panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau Brasil com que muitos navios voltam carregados. – Ah! Retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que lhe dissera: Mas esse homem tão rico de que me falas não morre? – Sim, disse eu, morre como os outros.

Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morre para quem fica o que deixa? – Para os filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. – Na verdade, continuou o velho, que, como atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que nos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados. (FERNANDES, 1989, p. 83-84 APUD SAVIANI, 2007 )

SAVIANI, D. História das Idéias Pedagógicas no Brasil. São Paulo: Autores Associados, 2007, p. 35.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sustentabilidade, substantivo feminino e abstrato.

Alguns meses atrás, duas jovens de um ONG que trabalha com educação ambiental vieram conversar comigo:

- Senhor, podemos conversar um minuto?

- Sim.

- O que você faz para um mundo sustentável?

- Não tenho filhos.

Depois desta curtíssima conversa, comecei a pensar sobre as retóricas (no mal sentido) exaltadas recentemente pela mídia e até na universidade. Falemos da retórica mais utilizada nestes últimos anos: sustentabilidade. No meu tempo de criança (e adolescência) esta palavra jazia esquecida ao lado de palavras como “sustenizar” e “sustentação” no velho Houaiss. Por que será então que ela desperta com tanta voracidade durante a última década?

Ano passado o IBAMA interditou uma obra de construção de uma rodovia no Rio de Janeiro que aumentaria significativamente o escoamento da produção fluminense até os portos e outras estradas. O motivo da interdição: a ameaça a um animal em extinção num dos trechos da obra. Não preciso dizer que nessa hora boa parte da mídia criticou o IBAMA. Mas então o que vale? Deixar de dizimar uma espécie não é pensar em sustentabilidade?

Sinto muito dizer aos amigos “verdes” que sustentabilidade é um substantivo abstrato demais para ser levado a sério, é uma falácia comercial, profundamente condicional. Comercial porque é moda, basta ligar a televisão ou ler as revistas e jornais para imaginar o quanto se ganha dinheiro com produtos “sustentáveis”: papel, produtos de limpeza, carros, roupas, eletrônicos... quase colocamos no segundo turno uma presidenciável ecologicamente correta. No entanto, nunca fomos tão consumistas, nunca gastamos tanto com futilidades e com bens cada vez menos duráveis. É aí que reside a condição da falácia, a condição econômica. Se amanhã, por algum motivo, custar 10 (dez) centavos a mais aos empresários para que utilizem materiais que agridam menos o meio ambiente, tudo isso pode desabar. Vou dar um exemplo claro: se uma tonelada de papel reciclado, comprado pela indústria de papel nas cooperativas de catadores de lixo, custa (no máximo) R$ 100,00 e uma tonelada de celulose virgem é vendida no mercado internacional por cerca de R$ 1600,00, com que material o empresário ganhará mais dinheiro, sabendo que os dois papéis chegarão ao mercado com o mesmo preço? Tempo...

A condição é essa: sustentabilidade apenas com ganhos econômicos.

É uma pena ver que as pessoas se mobilizam (com tanta paixão) por uma causa tão perdida, tão falsa.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Recado aos acadêmicos
“A família dos pensamentos está repleta de anões. É por isso que a lógica e o método foram inventados e, depois de descobertos, adotados pelos pensadores de idéias. PIGMEUS podem esconder-se e acabar esquecendo sua insignificância em meio ao esplendor de colunas em marcha e formações de batalha. Cerradas as fileiras, quem vai notar o tamanho diminuto dos soldados? É possível reunir um exército de aparência extremamente poderosa alinhando-se para o combate fileiras após fileiras de PIGMEUS...”
Zygmunt Bauman dando um tapa na cara dos acadêmicos de carreira.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010



Dizer na faculdade e no trabalho que gosto de Glauber Rocha.

Decorar as seguintes palavras: "Cinema Novo", "Uma ideia na cabeça, uma câmera na mão", "intrínseco", "imanente" ...



sexta-feira, 29 de outubro de 2010



Pedir a Deus que me proteja das vicissitudes da vida.
As vicissitudes da vida são criadas por mim.
Eu sou criação de Deus.





sábado, 16 de outubro de 2010


Estacas na Terra

Então você é contra a justiça histórica explicitada no ato de tomar o feudo e devolvê-lo aos verdadeiros donos? Vou simplificar: você é contra a reforma agrária? 
Abaixo, uma pequena parte do poema "Morte e Vida Severina". Se possível, leia o poema na íntegra, assista ao filme ou ouça com "Chico Buarque". É a exposição de nossas feridas ainda abertas, nossa mais bruta realidade, nosso brasil com "b" mesmo, e não com "B".

- Essa cova em que estás,
com palmos medida,
é a cota menor
que tiraste em vida.
- é de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
neste latifúndio.
- Não é cova grande.
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.
-  É uma cova grande
para teu pouco defunto,
mas estarás mais ancho
que estavas no mundo.
- É uma cova grande
para teu defunto parco,
porém mais que no mundo
te sentirás largo.
- É uma cova grande
para tua carne pouca,
mas a terra dada
não se abre a boca.

"Morte e vida Severina" - João Cabral de Melo Neto

segunda-feira, 11 de outubro de 2010


Deus , aborto , fé e hipocrisia - -Deus é foda! A exclamação anterior pode arrepiar o mais céticos dos ateus , mas é isto mesmo , Deus é o cara! -Depois de mais de 2000 anos de sua anunciação seus dogmas ainda mutilam idéias e caráter de pessoas que tentam , forçados por realidades que os cercam , mudar certos conceitos sobre a vida .A mais recente baixa provocada pelos dogmas divinos foi a Dilma , não estou tentando coloca-la na condição de injustiçada , pelo contrario , criei uma aversão a mesma por ela abrir mão de suas convicções em nome dos votos fervorosos de católicos e evangélicos , assim devo coloca-la no mesmo balaio dos hipócritas . -O aborto , em tese , deveria ser tratado como um problema de saúde publica e a fé simplesmente como uma “opção individual ao intocável “ e não como assuntos político-eleitoreiro .Imagino os motivos que leva um padre ou pastor a pedir aos fieis para não votar em um determinado candidato pelo fato dele supostamente não acreditar em Deus ou por que o mesmo é a favor do aborto .Eles não correm o risco de gerar um filho proveniente de um estupro , suas vidas não estarão em perigo durante uma gestação problemática que pode levar a gestante a morte.Assim como podem se posicionar contra a interrupção da gestação de um menina de 12 anos que foi estuprada e fecundada? Fácil ! com frases prontas e bem aplicadas transferem toda a responsabilidade para Deus .Mas o corpo e a vida desta menina não pertencem a vocês , para mim é o mesmo que dizer ; “Foda-se se você será infeliz aos 12 anos por ser mãe , Foda-se se todos seus sonhos foram podados , Foda-se se sua infância e juventude foram perdidas , Foda-se ! você é mulher aceite o fato de bom grado, Foda-se se o fruto do abominável ira saciar a fome em seu seio , Foda-se se você mulher corre o risco de morrer , etc..... !” . Pergunto; Será que Deus é tão mal assim ? Será que Deus é sarcástico ? Ou será que o homem não entendeu porra nenhuma ? -Sempre associamos o aborto a promiscuidade feminina , como se somente a mulher que ao praticar o pecado da luxuria fica grávida e para se livrar do problema o provoca .Cuidado esta realidade pode ser outra , pode estar mais perto de você do que pensas , esta realidade pode sentar-se ao seu lado nos cultos ou lhe estender a mão durante o canto “ Paz , Paz de Cristo . Paz , Paz que vem do amor te desejo irmão“ na missa dominical . -O aborto esta ai , a criança de 12 anos o faz nos porões da hipocrisia . O Serra faz uso político da hipocrisia que esta enraizada em nossa sociedade ao atacar sua adversária com a insistente pergunta ; Dilma você é a favor do aborto e acredita em Deus ? O Zé sabe que qualquer vacilo na resposta adversária pode lhe render bônus pois os votos cristãos jamais serão depositados na urna de um ateu mesmo que este seja o mais honesto , o mais preparado , que seja “Tecnicamente” o melhor , nada disso importa. A Dilma guerrilheira e inflexível com suas convicções ainda esta presa no DOICODI pois os votos dos devotos a obrigou a recorrer aos tradicionais jargões como por exemplo ; graças a Deus , se Deus quiser , tudo pela vida , a vida jamais deve ser interrompida , etc... . -Temos fé ou temos medo? Após 4 décadas de vida me sinto a vontade para confessar que tenho os dois pois minha fé é oriunda do medo. Quando criança me apresentaram Deus como uma pessoa má , o medo veio de frases como ; Deus ta vendo , Deus não gosta , não faça bagunça pois “Papai do céu não gosta” , Deus vai te castigar , Deixe de brincar para ir a missa , etc... .Isto cerceia os direitos das crianças de serem ingênuas e de fazer as descobertas ao seu tempo , instala em suas mentes o medo e não o respeito , isto impõe a fé . Como escreveu Herculano Pimenta em As crianças e os Zumbis “ No momento em que enfileiramos as crianças na escola , que impomos dogmas , estamos contaminando-as com esta doença paralisante do espírito”. -Há tempos rumino perguntas ; Onde esta Deus enquanto milhões de crianças morrem de fome no mundo? Para onde olhavas quando a menina de 12 anos foi violentada e engravidada? Por onde andas você quando jovens vidas são ceifadas sem a mínima explicação? Se somos frutos de sua vontade porque devemos passar por estas dores e provações? É difícil aceitar a resposta de que é simplesmente sua vontade , não posso aceitar a quase cegueira religiosa que com a máxima genérica “Assim quis Deus” , consegue explicar todas as merdas que acontecem no mundo! -Minhas duvidas provem de suas ausências , penso eu que você deveria fazer um upgrade de realidade e mostrar que você não é complacente com as mazelas do mundo que segundo o evangelho você mesmo criou , não abandone suas criaturas , puxe as orelhas dos hipócritas , seja ativista para um mundo mais justo , desça do muro , seja pró ativo e não reativo , não deixe seu nome ser usado em vão (politicamente) , não seja o ópio seja a solução pela razão , faça uso de sua onipotência , onisciência e onipresença ! -Como muitas leis e direitos o estado LAICO só existe no papel e muitos ainda acham que o bom prefeito é aquele que comunga aos domingos . A hipocrisia estrutura nossa sociedade pois esta é regida pela nossa paralisia moral , nossa estática evolucional é provocada pelas nossas próprias aceitações e convicções arcaicas.O pobre ainda acha que ser miserável é a vontade de Deus e que essa condição feudal não pode ser alterada pelas mãos do homem , não há nada que possa ser feito! -O livre arbítrio da ao homem o direito a opção? Então se abortar ou duvidar da existência de um criador for pecado ou crime , cada ser humano que se retrate com Deus ou com sua própria consciência no momento adequado .Ninguém tem o direito de julgar um semelhante em nome de um deus ou de um dogma . Ninguém tem o direito de me olhar por cima do ombro pelo fato de eu ter feito um desabafo a Deus ! -Rogo a Deus todos os dias para que mande todos os hipócritas para o inferno e que me de discernimento suficiente para acredita-lo ou não !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!




sexta-feira, 1 de outubro de 2010




Quando toca a A Cavalgada das Valquírias no meu celular vem bomba.


Anônimo: “Onaireves, beleza? Tudo bem? Você pode falar um pouquinho?”
Eu: “Sim, posso, diga!
Anônimo: “Quero que você publique uma coisa pra mim no blogue.”
Eu: “Sim, publico. O que é?”
Anônimo: “Um negócio aí.”
Eu: “Posso saber o que é?”
Anônimo: “Não.”
Eu: “Como assim?”
Anônimo: “Não pode, ué!”
Eu: “É grande o texto?”
Anônimo: “Não é um texto. Eu tô puto! Você publica essa merda aí e diz que um amigo seu...”


Ele encheu meu saco, mas não vou revelar o nome dele porque o cara é meio doente. Só tenho amigo doente.
Parece que o moderador de um blog descobriu que ele freqüentava anonimamente o local e publicou um post questionando as invasões do meu amigo, que então decidiu escrever com capricho para não parecer ele, esperando que ficasse explícito que se tratava dele. Disse que fez uso de licença poética...


“Esperei hoje o dia todo ansioso por algum dos costumeiros riquíssimos comentários de seus seguidores. Dada a mudez de personagens tão talentosos, sinto-me à vontade de pela primeira vez expor minha humilde opinião sobre a questão em pauta e interferir a favor do dito cujo.
Em primeiro lugar acho que, seja lá quem for, tem o direito de transitar livremente pelas entranhas da chamada rede.  Desde o tímido rapaz inglório até o mais perspicaz stalker tem o direito de olhar descompromissadamente o que há por traz da janela do vizinho. “Ou não!”, como diria Caetano.
However, eu no lugar dele ficaria chocado e muito constrangido com algumas excentricidades e absurdos publicados e comentados neste blog envolvendo direta ou indiretamente seu nome.
Talvez ele seja um seguidor assíduo de há tempos, cujo cuidado para não desarmar ou inibir a criatividade e perspicácia da dona do blog, poderia botar em risco uma relação passional importantíssima.
Vale lembrar que você passa dos limites de vez em quando, expondo incondicionalmente o nome dele. Pense, reveja e reflita sobre o que poderia ser omitido.
Arriscaria, portanto, dizer que esse sujeito pode ser seu namorado, buscando notícias sobre sua vida antes de conhecê-la. E, se fosse isso, ai ai ai, poderia dar merda! Ou, de repente, não. Ele poderia ter calado para não te calar.
Enfim, caso ele fosse um grande fã de suas palavras, tenho certeza que não diria nada em nome da fluidez do tempo e da vida. Mas ele poderia estar também apenas se divertindo, ou até mesmo buscando notícias do que se fala atrás de suas costas. Muito bonitos ou muito feios, os comentários por trás das costas são ótimos. Eles esclarecem muito sobre muitas coisas. Considerando que no sétimo dia Ele descansou, descobre-se muito sobre muitas coisas em cada dia que se vive.
Quando eu era pequeno minha mãe disse que eu seria poeta. Mas disse também que as crianças são muito malvadas dentro de sua inocência. Hoje, com minha idade um pouquinho avançada, penso que o que ela queria me dizer na verdade era que a gente é foda. A gente fala sem pensar e que se dane-se se alguém vai machucar.
Para finalizar, deixo um beijo e um abraço carinhoso a todos os seguidores deste blog. E pra você, Leila, que manda muito bem na pena, deixo a sentença imortal de T. S. Elliot acerca da descoberta de algo novo que não é novidade na vida:

“A poesia não é uma liberação da emoção, mas uma fuga da emoção; não é a expressão da personalidade, mas uma fuga da personalidade. Naturalmente, porém, apenas aqueles que têm personalidade e emoções sabem o que significa querer escapar dessas coisas.”