sábado, 2 de abril de 2011

A volta dos que não foram

Não me surpreenderam os comentários homofóbicos e racistas do deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ) esta semana, que provocaram calorosas discussões em alguns fóruns da internet. Ainda convivemos com os filhotes da ditadura militar no Brasil (início das décadas de 1960 e 1980) que acreditam que a melhor forma de governar o país é com a mão de ferro de um grupo pequeno burguês ignorante, lacaio da burguesia conservadora e/ou (se não for pior) baseado em princípios xenofóbicos e ufanistas. É triste verificar que muitos estão aderindo a este movimento reacionário e constatar que ainda se acredita que um gay "pode ser curado" na pancada ou numa igreja. "As ditaduras fomentam a opressão, as ditaduras fomentam o servilismo, as ditaduras fomentam a crueldade; mas o mais abominável é que elas fomentam a idiotia", como diria Jorge Luis Borges.

A nossa sociedade não é doente, ela é ignorante. Não nascemos racistas, nos tornamos racistas. Sei que não é fácil retirarmos esta crosta malévola de nossa pele, suas raízes parecem muito profundas, mas não há outra forma de eliminá-la se não a enfrentando. Aprendemos com os outros a ser o que somos e por isso podemos, no mínimo, compreender nossa triste história e mudar nossa atitude.

Por mais que estes seres fascistas ainda se escondam, como qualquer rato (sem ofensas ao animal), alguns já começam a dar as caras para além do esgoto. Em breve estarão numa marcha pela família, exigindo a extradição dos bolivianos de São Paulo, ateando fogo em terreiros de banda ou de candomblé (como já ocorre no Estado da Bahia) ou promovendo o linchamento de um casal gay em plena Avenida Paulista.

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