sexta-feira, 1 de outubro de 2010




Quando toca a A Cavalgada das Valquírias no meu celular vem bomba.


Anônimo: “Onaireves, beleza? Tudo bem? Você pode falar um pouquinho?”
Eu: “Sim, posso, diga!
Anônimo: “Quero que você publique uma coisa pra mim no blogue.”
Eu: “Sim, publico. O que é?”
Anônimo: “Um negócio aí.”
Eu: “Posso saber o que é?”
Anônimo: “Não.”
Eu: “Como assim?”
Anônimo: “Não pode, ué!”
Eu: “É grande o texto?”
Anônimo: “Não é um texto. Eu tô puto! Você publica essa merda aí e diz que um amigo seu...”


Ele encheu meu saco, mas não vou revelar o nome dele porque o cara é meio doente. Só tenho amigo doente.
Parece que o moderador de um blog descobriu que ele freqüentava anonimamente o local e publicou um post questionando as invasões do meu amigo, que então decidiu escrever com capricho para não parecer ele, esperando que ficasse explícito que se tratava dele. Disse que fez uso de licença poética...


“Esperei hoje o dia todo ansioso por algum dos costumeiros riquíssimos comentários de seus seguidores. Dada a mudez de personagens tão talentosos, sinto-me à vontade de pela primeira vez expor minha humilde opinião sobre a questão em pauta e interferir a favor do dito cujo.
Em primeiro lugar acho que, seja lá quem for, tem o direito de transitar livremente pelas entranhas da chamada rede.  Desde o tímido rapaz inglório até o mais perspicaz stalker tem o direito de olhar descompromissadamente o que há por traz da janela do vizinho. “Ou não!”, como diria Caetano.
However, eu no lugar dele ficaria chocado e muito constrangido com algumas excentricidades e absurdos publicados e comentados neste blog envolvendo direta ou indiretamente seu nome.
Talvez ele seja um seguidor assíduo de há tempos, cujo cuidado para não desarmar ou inibir a criatividade e perspicácia da dona do blog, poderia botar em risco uma relação passional importantíssima.
Vale lembrar que você passa dos limites de vez em quando, expondo incondicionalmente o nome dele. Pense, reveja e reflita sobre o que poderia ser omitido.
Arriscaria, portanto, dizer que esse sujeito pode ser seu namorado, buscando notícias sobre sua vida antes de conhecê-la. E, se fosse isso, ai ai ai, poderia dar merda! Ou, de repente, não. Ele poderia ter calado para não te calar.
Enfim, caso ele fosse um grande fã de suas palavras, tenho certeza que não diria nada em nome da fluidez do tempo e da vida. Mas ele poderia estar também apenas se divertindo, ou até mesmo buscando notícias do que se fala atrás de suas costas. Muito bonitos ou muito feios, os comentários por trás das costas são ótimos. Eles esclarecem muito sobre muitas coisas. Considerando que no sétimo dia Ele descansou, descobre-se muito sobre muitas coisas em cada dia que se vive.
Quando eu era pequeno minha mãe disse que eu seria poeta. Mas disse também que as crianças são muito malvadas dentro de sua inocência. Hoje, com minha idade um pouquinho avançada, penso que o que ela queria me dizer na verdade era que a gente é foda. A gente fala sem pensar e que se dane-se se alguém vai machucar.
Para finalizar, deixo um beijo e um abraço carinhoso a todos os seguidores deste blog. E pra você, Leila, que manda muito bem na pena, deixo a sentença imortal de T. S. Elliot acerca da descoberta de algo novo que não é novidade na vida:

“A poesia não é uma liberação da emoção, mas uma fuga da emoção; não é a expressão da personalidade, mas uma fuga da personalidade. Naturalmente, porém, apenas aqueles que têm personalidade e emoções sabem o que significa querer escapar dessas coisas.”





Um comentário:

  1. Tenho horror de piadas de estranhos , pois ,normalmente não acho graça e não consigo rir .Assim prefiro as piadas dos amigos próximos , pois, se não acho graça da piada , posso , sem constramgimentos , rir do autor.

    Rousseau

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