terça-feira, 22 de março de 2011

O MUNDO EM SÉPIA

Sou de uma época em que as pessoas se sentavam na frente de suas casas para conversarem com seus vizinhos e para observarem as crianças que brincavam até tarde da noite nas ruas de São Paulo. A primeira impressão é que estas atividades não ocorrem mais por conta da violência e por nossas ações cada vez mais individualistas na sociedade. Tenho cá minhas dúvidas quanto a simplicidade da resposta.

Por exemplo, uma coisa mudou drasticamente daquele tempo para cá: a iluminação pública. Segundo a Eletrobras, hoje a maldita lâmpada de vapor de sódio (aquela que emite uma luminosidade amarelo-alaranjada) ilumina 62% das ruas e praças do Brasil. Isto porque este tipo de lâmpada garante uma grande economia para as empresas de energia, já que seu tempo de vida é muito maior que a de outras tecnologias (até 18 vezes maior que as lâmpadas incandescentes), além do menor consumo de energia.

O problema é que o tipo de luz desta lâmpada, que parece embaralhar a nitidez das coisas, me desperta uma desesperadora melancolia. Me dá uma vontade absurda de voltar a ver cores: como as dos shoppings, das igrejas, da televisão...

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